sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Desejo...

Um impulso poderia me lançar futuros, mas o ficar parado parecia que me iludia demais, sei que meninas são meninas e meninos são apenas meninos e que o convencimento de estar junto é mera decisão de um tesão voraz de dois seres que se atraem como pólo negativo e positivo. Esses pólos até podem nem se atrair, mas a mera sensação de estar junto é o início para uma noite que esses dois se admitem e nem esperam um ir embora, pois desejo e união caótica permanecem restando na pele que ainda tem febre do medo de ficar desnudo ao olhar do outro.
Olho aqui esse lugar que estou só, a minha febre é intensa, o impulso até acontece, mas seria necessário um maior convencimento de um olhar ou de uma pele que faria que a minha se aquecesse ao sol de geleiras e barcos que vão e voltam carregados de fogo.
Por que é difícil assumir que desejamos pernosticamente aquela menina? Um cão sagaz faria uma aproximação inequívoca e ao mesmo tempo lateral e no mais tímido e ledo minuto comeria à sensação humana aquela que designaria como presa. Sou uma antinomia humana, sinto-me em desuso sem ser voyer do meu próprio desejo.
São decepções cruéis e declaro que não escondo seu nome aqui tatuado na minha pela, esse nome que julga o meu prazer, decidi não mais enlouquecer e viver latente ao meu ego acabado e meu desejo colado ao sexo lembrado.
Homens são homens, somos lançados a história de vontades, de sermos somente a raça da conquista e do poder, lançamos a rota dos mares, desejamos condenar mulheres porque nunca conseguimos conquista-las com uma única verdade, homens conquistaram homens pelo simples poder de dominar o mundo, mulheres são mulheres, ou não? Elas nunca abrem seus armários para que o mundo fosse menos inequívoco, há sempre um medo, uma sensação de não reconhecimento e fica a simples e eterna pergunta, quem são as mulheres... e nunca o canto é universal, ou o universo são homens e mulheres como Vênus e Marte que sempre mais se distanciam, ou tornam-se estrelas vazias no seu próprio espaço e quase sem brilho.
E desse céu de homens e mulheres sobram somente andrógenos a procura da sua parte, uns encontram partes iguais, outros diferentes e eu me vejo por entre o mundo meio sem nexo, meio perdido, vendo aquilo que sobrou de mim, lendo recados do tempo, dos livros guardados e das manhãs que nem mais parecem domingo...

Um comentário:

Suelen Caldas disse...

não, realmente não é um única verdade que faz com que os homens nos conquistem, eu me arriscaria a dizer que são as doces mentiras...