sábado, 30 de janeiro de 2010

Por do sol

Alguns meses se passaram desde que uma pessoa entrou em minha vida e fez um reboliço estranho, participando com uma tamanha proporção que sem saber do que se tratava ficava no cantinho pensando em você, nessa situação notei que meu coração se encontrava vazio e precisava de ser preenchido de alguma forma, mesmo que fugaz, se fosse assim, eu iria, quem sabe formando parte de mim ou inovando categorias do meu eu antes estampadas com uma capa de sombra e fumaça. Desde então decidi tomar um rumo, viver, sem abuso e judiação.
Encontrei amor onde nunca tinha amado, busquei uma vida melhor, desejando o meu por do sol, sem finais tristes ou ilusões tolas, mas sim trazer muito mais amor, sem atrapalhos ou desvelos.
Chorar, rir, soluçar e morrer de alegria, exagerar, jogar aos nossos pés, buscar um por – do – sol, rumo sem rumo, barco sem norte, mas levando comigo quem está do meu lado.
Palavras não podem ser ditas de maneira desveladas, mas sinais, olhares mostram o que pensamos em um momento, afinal a vida é feita de momentos e que são registrados para sempre como digitais profundas, que mudam a nossa essência e vão nos formando e levando aprendizagem.
Hoje volto a minha realidade, mas volto mais cheio de mim, volto abraçado, afinal, assim foi, o que eu fiz está feito e eu não discuto, porque amo pessoas que marcaram minha história e ajudaram a construir a minha, porque juntos somos dois e a nossa liberdade é o que nos prende.

Por do sol eu te quero só pra mim,
Por do sol não quero um final triste assim,
Por do sol apaga escuridão da dor'

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Perceba-me

Sua ilusão permite que meu encanto se acabe, lá fora o mundo corre, eu morri naquele instante que você simplesmente disse aperta a minha mão, nossos toques tão sutis tornaram-se movimentos bruscos de amor trépido. Morri porque vivo para ti, nas poucas vezes que tive em meus movimentos malemolentes compreendi a eficácia plena do quanto um gosto de álcool pode provocar uma pureza sublime de um desejo normal.
Vejo-me quase intocável, ironia do destino ou eu me fiz assim, uma casca grossa de um tronco repartido no meio de uma floresta cheia de bichos, permitir ou não isso é mero devaneio tolo de uma situação que na verdade gera uma ilusão, daquilo que se chama paixão.
O mundo corrobora aos ensejos do que chamamos ilusões tolas, ou nós somos os verdadeiros tolos, porque não permitimos a beleza ramificar, apegados ao que não existe ou distante demais. Posso ser ninguém ou o demais, as vezes somos assim, tudo e todos me vêem como o intocável e divinal, mas na verdade o que arde em mim é humano e simples.
Minha pele encara a tua na mais perfeita harmonia, o corpo pode falar com o corpo, mas a alma tenta se desocupar do amor que já existe, hoje encaro o amor de frente, mesmo que ele se pareça com algo que eu não aprecio, um bicho estranho e corrompido, mas ele é assim, vem e nos consome como afirmava Camões, uma ferida que dói e não se sente, um contentamento descontente, dor que desatina sem doer.
Procurarei entender-me para resolver o que há em mim, de estranho e de contente, para poder chegar, alojar ou me permitir amar quem já sei que faz em mim um gosto do sublime, uma tarde de conquistas ou uma noite com uma noite do luar de Ismália.
'Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

Abraçado pelos sentimentos complexos...

Hoje me pergunto o que seria amor, seria velo, doação, cuidado ou amizade? Olhamos para os extremos e vemos diversas oportunidade de realizar a satisfação corpórea da exasperação do desejo e também a realização do companheirismo.
Dentre todas essas possibilidades colocamos alguns vetos, impedimos pessoas de demostrarem o verdadeiro carinho por medo de amar, medo de que o verdadeiro sentimento torne-se real demais e tome conta do nosso corpo fazendo balançar pernas e desestabilizar corações. Desejo pensar mais de seis vezes em uma pessoa no mesmo dia, ou será que já penso e não aceito, aliás, pensamos em várias pessoas, em vários momentos do dia, mas uma delas tem uma sutil armadilha de nos fazer entristecer ou gostar de estar perto, porque há uma saudade avassaladora que nos confunde.
Sabedoria para desifrar sentimentos na imensidão deles que temos é quase algo impossível, mas a convivência vai gerando vontades, talvez corpóreas, físicas que faz o suor brotar das latentes cavernas do coração.
Implorar sentimentos é algo indefeso, gero uma busca, lutar é essencial, faz parte de todos os nossos dias, mas um dia isso vai diminuindo, vai levando a um campo de desvelo que se transformara com um novo amor, será que me encontro nesse momento? Não sei, parece que me sinto agarrado a algo de pouco tempo, tempo que resolve toda e qualquer situação, senhor do destino e responde todas as angústias.
Tenho a audácia hoje de assumir sentimentos, tudo é ousadia para aqueles que nunca se atreveram, aqui e agora me atrevo, tente o intento que eu me deixo levar... isso parece efêmero, mas registrado na mais alta lucidez dentre um equívoco lúdico, um sonho de um dia você me olhar, olhar dentro de mim e me ver amigo, me ver cuidado, me ver amante, me ver pessoa e assumir sentimentos hoje tão confusos.
"Tudo é ousado para quem nada se atreve"
Fernando Pessoa

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Dar certo e errado ao mesmo tempo...

Alguns dias nascemos de novo, pois conhecemos pessoas que nos ensinam a reconhecer que a vida pode ser vista e vivida de uma uma forma contraditória e adversa daquela que um dia nós vivemos, hoje a lua é menos sombria para mim, ela brilha e as estrelas resvalam encandescência. Ando muito furtivo, não sei se porque reconheço que existe em mim alguém que ainda não sei quem é, alguém que ao mesmo tempo o tudo certo torna-se errado, isso existe, faz parte da existência.

Caminhamos lado a lado, o azul mar reconhece que as ondas nem sempre nos abatem, a música marca momentos e histórias que não parecem ser hostis, mas vivemos contraparentes por nomenclaturas, vivências, acostumamos a dar nomes e respeitar pessoas que talvez nem sempre querem os mesmos sentimentos que nós mesmos.

As mesmas músicas, os mesmos dons, as mesmas danças, mas tudo em um ritimo diferente,
Somos humanos demais e catedráticos, algumas nomenclaturas dominam nossas relações e nos fazem perder encantos, guardamos amor demais, depositamos em caixas os olhares de cuidados e fascínios. Cuidar tanto de alguém parece perdido no tempo e no espaço, mas a sensação de estar tão próximo me faz perder, perguntas soltas e respostas com encaixe perfeito.
Tenho a sensação que pensamentos não ficam somente nas pessoas, eles formam redemoinhos e vão direto rondar corações, esqueci palavras bonitas no passado, mas hoje sigo amado, imaginando nós gastando o mar....


'Como pode ser gostar de alguém
E esse tal alguém não ser seu
Fico desejando nós gastando o mar
Pôr-do-sol, postal, mais ninguém'

O tom ao avesso

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A vida é feita de revertérios, mudanças, transformações, capazes de transfigurarem pessoas, aprender com outras e perceber magias nelas, o valor está naquelas pequenas coisas, a breve musica que invertemos para ser tocada de trás para frente para ser tocada no nosso ritimo, o tom ficou melhor, mesmo que seja assim, mesmo que no primeiro momento tenha parecido estranho, hoje é bom ouvir, hoje faz parte de todos, hoje é o ritimo frenético ou de paz que queremos, depende do momento a ser lembrado ou vivido naquele instante por nós, sem depender da vida lá fora...