domingo, 5 de dezembro de 2010

Foi só um mero encontro...

Ontem um menino caminhava ao lado de um homem, esse menino via toda uma dissolução de pessoas que dançavam, embalavam-se ao som de uma música que comovia e excitava, engraçado o menino queria e tinha vontade de traçar aventuras, mas o homem insistia em lhe oferecer razões pelas quais o menino não conseguia também se encaixar ou viver aquele momento.
O menino usava uma camisetinha básica, modelo “Hering” e rosa, mas o homem ao lado insistia em dizer que aquilo era um tempo passado e que às vezes tudo tem seu momento exato de passar, como fases da vida que são mais que naturais.
Então dance, o menino disse ao homem, assim, ele dançou, mas algo o incomodava, parecia que suas razões não conseguiam compreender tudo o que vivia ali, o primeiro convite da noite, a sua frente e um não meio desvairado e educado.
Às vezes o corpo fala, ontem, o do homem transmitia alguma sensação de desconforto, formava-se uma comoção absoluta entre o menino e o homem, era uma antinomia absoluta, as entranhas desejavam uma solidão absoluta, longe daquilo tudo, mas o menino ainda insiste em dançar e observar tudo que o cercava.
Passam-se várias horas, o menino desaparece, cansou de insistir no mesmo erro, somente o homem ali permaneceu, com uma expressão sisuda, melancólica, de perceber que são todos iguais, nada mudou, são as mesmas estações, mas eu já não era o mesmo de um ano atrás.
Virou-se de costas para todos e foi-se embora, quem sabe para nunca mais voltar a se encontrar com aquele menino que dançava o ritmo que não era o da vida.

Um comentário:

Lucas (facul) disse...

por muitas vezes encontramos realmente com a nossa essências, mesmo que rodeado de pessoas...