sábado, 27 de novembro de 2010

Soou como a breve dor de um sino breve...

Olhei ao encontro do sol que nada encantava raios, pareciam desenlaçados da dor do amor, aqueles dois eram rodiados pelos raios que não eram de ódio e nem de amor, pensava que era furtivo demais, passageiro e que me penalizava por aquele que se encantava pelo nada.
Hoje, mais velho, sei que esses sentimentos são meras sensações que podem ou não insistir, na verdade não tinha ninguém ao redor, mas o meu olhar insistia naqueles dois.
Olhavam-se como desejo de alma, maior do que uma mera expressão corporal que se desfaz ao longo de uma noite inébria, as palavras que cercavam seus dizeres não tinham nada de especial, não havia nada de você é especial, eu te amo desde o primeiro instante, havia um preparo de sentimentos, uma razão que os envolvia, mas no olhar observado por mim eu via uma encandescência e leda emoção ao breve toque de mãos.
Vi diferenças entre os dois, notáveis a até mesmo corporais, mas insistiam no toque das mãos e às vezes um breve beijo, que tentavam as escondidas. Via-me em um deles, com o olhar de fracassado, já que eu não insistia em mais nada, até o meu curso que insistia na ideia de que havia justiça eu havia abandonado, eu para eles era mais um incrédulo.
Sei que eram sozinhos, abandonados nos caminhos da vida e separados por uma mesa da universidade ou a mesa de um bar, mas infindáveis conversas encantavam ao lance do meu olhar.
Olhei durante a tarde, via que se separavam e se aproximavam, embora sempre alguém se doa mais no que se trata de relacionamentos amorosos, um talvez perde, morre mais no outro, assim cansou, reteu sua mão e foi embora, será que para nunca ou jamais aparecer alí.
Verti em lágrimas, senti uma sensação de apelo como um sino que começa a dobrar ao lance festivo, mas pára para um dia funesto, eu via que a minha vida também sempre lançava ao léu e também como a mão que se retirou a minha vida paralizava.
Era mais uma tarde fria de outubro, quase todos que por ali passavam tinham a velha sensação de que não poderiam ser completos, quem sabe um dia ou numa tarde de veraneio.

2 comentários:

Camilla disse...

Sua sensibilidade me faz mover...

eu te conto quem sou eu! disse...

Sei do quanto tu és capaz de compreender da essência e dos motivos do amor, faz chorar rostos e sorrir almas, faz nascer prantos e verter felicidade, ler tais palavras me releva, elevam ao espírito humano, há de alguém ler isso e perceber o seu eterno e tocante valor... um dia eu te roubo pra mim'